1934.
Promulgada a terceira constituição brasileira.
A Itália derrota a Tchecoslováquia na segunda edição da Copa do Mundo.
E olha que a Tchecoslováquia nem existe mais.
O presidente Hindenburg morreu e Hitler tornou-se o ditador da Alemanha.
E, em Varginha, a Rua Delfim Moreira nessa tranquilidade…
A foto foi colorida digitalmente pelo leitor Pedro Paulo, que mora em Pouso Alegre. Ele pegou a fotografia no acervo da Fundação Cultural.
Pedro Paulo, ficou muito bonita. Detalhe para as placas que deixariam o Renato Caçador de Relíquias (daqui de Varginha) doido.
A placa da Chrysler é mais discreta. Será essa a cor original?
Olha que barato a decoração do carrinho de pipoca e a “estica” das pessoas: todos bem-vestidos, apesar do aparente calor.
Aí eu pergunto: o que que esse carrinho de pipoca está fazendo aí, se o cinema ficava para cima?
Quem souber, favor nos contar nos comentários.
Brincadeiras à parte: uma das principais ruas da cidade, a Delfim Moreira é uma rua polivalente.
No século XIX, era conhecida informalmente como Rua do Perpétua. O nome era uma menção ao dono de um bar que ficava no alto da rua. Perpétua comandava o buteco com unhas e dentes. Ali só frequentava bandido. Entre eles, o Sete Orelhas, aquele que puniu os 7 irmãos que mataram e arrancaram o couro de seu irmão.
Pouco depois, chega a energia elétrica e a bandidagem teve que procurar outra freguesia. Muitos foram para o lado do Gazarrá, começo da Avenida Santa Cruz.
No século seguinte a Delfim Moreira sediava, ao mesmo tempo, casarões, lojas e até concessionárias de carros (na foto, veja a loja da Chrysler).
Abaixo, leia um texto retirado de um dos livros da Câmara Municipal sobre Varginha. Trata da visita do então governador de Minas Delfim Moreira na cidade.
Por que Delfim Moreira?
O mineiro Delfim Moreira era muito respeitado pelos varginhenses pois, em 1914, ano em que foi eleito presidente de Minas Gerais, esteve na inauguração da companhia elétrica de Varginha, um marco muito importante para
a história do município.
A cidade toda estava tão ansiosa pela instalação da companhia elétrica que dias antes a Câmara de Varginha realizou uma sessão extraordinária para tratar da cerimônia e dos festejos que aconteceriam no dia da inauguração.
Foram nomeadas duas comissões para recepcionar Wenceslau Braz, então presidente do Brasil, e Delfim Moreira.
Ao chegar em Varginha, Delfim assistiu ao lançamento da pedra fundamental de um grande edifício que ocuparia o Grupo Escolar de Varginha. À noite, junto à comitiva, dirigiu-se até o Teatro Municipal, onde a sessão solene de inauguração da luz elétrica foi realizada.
Foi no início da sessão, às seis da tarde do dia 12 de abril de 1914, pouco antes da tão aguardada inauguração, que o então vice-presidente da Câmara de Varginha comunicou que a rua Municipal passaria a se chamar Rua Delfim Moreira, um gesto de homenagem ao ilustre convidado.
Finalizada a sessão solene, Delfim e os demais convidados participaram de um baile organizado pelas moças varginhenses. O teatro, pela primeira vez desde a sua construção, encontrava-se completamente iluminado.