Existem pessoas que tem o hábito no dia a dia de fazer algumas coisas que fazem bem a elas: tem pessoas que vão a igreja todos os dias, aquelas que frequentam um barzinho no final da tarde para uma cervejinha, outras já não ficam sem o jornal das oito e também aquelas que gostam de dar um passeio no cemitério pra ver nomes ou fotografias de quem morreram.
Entre os que gostam de dar uma passadinha nos jazigos, estava Assombrintino, vez por outra cruzava de norte a sul as alamedas para ler as mensagens de conforto aos sepultados.
Certa vez, ao entrar no Campo Santo, se esqueceu do horário de fechamento do local, como era inverno, o tempo escureceu mais cedo, e não olhou no relógio.
Ao chegar na saída, o portão estava fechado e veio o desespero: agarrou na grade e começou a bater para chamar a atenção. Quem passava na rua se assustava e saía correndo. Até que um cidadão o reconheceu e providenciou para que o portão fosse aberto.
Depois do susto Assombrintino não deixou de fazer a suas costumeiras visitas ao cemitério, só que na parte da manhã.