No dia 14 de março de 1998 acompanhei a assinatura do protocolo de intenções entre o Governo de Minas, Prefeitura de Varginha e Walita, para a instalação da fábrica de Varginha. O contrato foi assinado no Palácio da Liberdade, em BH. O governador era o tucano Eduardo Azeredo e o prefeito, Antônio Silva (então, no PMDB).
A partir dali, oficialmente, os dirigentes da Walita começaram a viver os ares de Varginha. Foram inúmeras reuniões na antiga sede da prefeitura na Presidente Antônio Carlos. Em um momento de descontração, um executivo da multinacional comentou comigo que levava quase duas horas de casa até Santo Amaro, sede da fábrica em SP.
“Em São Paulo, eu levava duas horas para ir a Santo Amaro [antiga sede da fábrica em SP] e duas horas para voltar do trabalho, todos os dias. Aqui em Varginha, antes das 18h, eu já estou no clube fazendo caminhada com a minha esposa.”
Pensa nisso. Quatro horas por dia perdidas no trânsito se transformaram em tempo de qualidade, exercício e convívio familiar.
Deslocamentos longos: onde Varginha vence o Brasil
A realidade do tempo ganho pelo executivo da Walita é, de fato, um grande diferencial em Varginha. Segundo dados recém-divulgados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a grande vitória da cidade está na ausência de grandes engarrafamentos e longas jornadas:
- No Brasil: mais de 10% dos trabalhadores gastam entre uma e duas horas para ir ao trabalho;
- Em Varginha: esse percentual é de 4%. Isso significa que, proporcionalmente, a chance de você passar de 60 a 120 minutos no trânsito é 60% menor em Varginha do que na média do Brasil.
Deslocamento Casa/Trabalho: Varginha vs. Brasil (Censo 2022)
| Tempo de Deslocamento | Varginha (MG) | Brasil |
| Total até 30 minutos | 76% | 67,0% |
| Mais de meia hora até uma hora | 19% | 20,3% |
| Mais de uma hora até duas horas | 4% | 10,4% |
| Mais de duas horas até quatro horas | 0% | 1,8% |
| Mais de quatro horas | 0% | Menos de 1% |
Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2022 – Deslocamentos para Trabalho
Tempo é dinheiro e qualidade de vida: vantagem competitiva de Varginha
Essa é a grande vantagem que o executivo da Walita descobriu há mais de 20 anos e que nós, que moramos aqui, muitas vezes tomamos como natural: o tempo ganho no trânsito se converte em vida.
É mais tempo para a família, para o esporte, para o lazer ou simplesmente para o descanso. É um ativo valioso que Varginha continua oferecendo a seus moradores e a quem decide investir e viver por aqui.
E aí, o que você faz com o tempo que economiza no trânsito? Deixe seu comentário!





















Uma resposta
Sim. A cidade parece ter pinta de moderna, mas seu tamanho é provinciano. Uai, então os valorosos cidadãos daqui não precisavam correr tanto, desembestadamente – pondo em riscos principalmente idosos e crianças, embora tenham morrido mesmo são jovens, adultos, em motos, em faixas de pedestre, etc, etc. Não sei se essa “tradição” começou com aquela estúpida peseguição policial que matou quatro moradores no bairro de Fátima, no começo dos anos 2000 – se me lembro bem, já que não vi ninguém mais falar, comentar, abordar, explicar, “justificar”…. Só sei que a Humberto Pizzo já virou pista de corrida, não é de hoje, com até caminhão de grande porte “lambendo” e zunindo ao longo da via, ou seja, pelo bairro, porque, sim, ali é um BAIRRO. As pessoas em Varginha dirigem mal e são muito violentas. Já houve assassinatos com grande repercurssão, há brigas e discussões constantes, ameaças com arma de fogo, agressões. É verdade que no resto do País é assim, mas… A cidade tem suas qualidades, por outro lado é como outra qualquer do Sul de Minas – de Minas, do Brasil. Pouco arborizada, praças e parques em pequeno número e pouco frenquentados. Imensa quantidade de carros – feios e inseguros, já que é pra dizer tudo, rs. Não se vê muita gente andando a pé. Se têm pernas, não sei porque não gostam de caminhar. Os bairros são sempre muros altos, arames farpados, portões enormes – se pelo menos fossem mais criativos seus moradores e se diferenciassem com suas casas nesse mau gosto que dizem ser uma necessidade, numa cidade dita tão segura… As casas parecem que estão sempre fechadas, todo mundo socado lá dentro, ou não sei onde. Certamente no celular, passando inveja nas redes socias. As ruas são vazias, mas não de carros. Há o porto seco, do qual todo mundo tem falado, por uma questão de conjuntura, localização histórica, raízes econômicas. Mas o centro não parece estar em seu melhor momento. Os jovens, com preparo nulo pelas nossas ditas escolas de educação básica, trabalham só de Uber ou com moto entregas. Sem perspectiva de avançar no futuro. Não se tem notícia de inovação – o verdadeiro fundamento do progresso e desenvolvimento. A prefeitura parece estar se transformando em uma nova oligarquia, com os mesmos rostos conhecidos – as ideias minguadas de sempre -, talvez mesmo preocupados com os “seus” que poderão o ocupar postos ao longo do tempo. E os vereadores, e o restante da sociedade também – jornalistas, empresários, pessoas com voz -, continuam com a cabeça vazia como sempre, incapazes de uma oposição determinada, objetiva, planejada, estudada, confiável, que fiscalize, cobre, contribua e encontre novas formas de pensar o município. Aquecimento global, crise fiscal cada vez mais aguda, competição brutal com a China e IA, envelhecimento progressivo e poucos nascimentos estão aí.