Minha Mão Esquerda

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Acomodado no sofá ante a televisão, mas sem prestar atenção à tela, pensamento livre a filosofar um tanto sobre a minha feliz senectude (91), instante em que passo a observar a minha mão esquerda pousado sobre o joelho. Nela, noto certas manchas senis bem como veias que se mostram um pouco em relevo, mas devidamente contida.

As unhas, mal aparadas por mim mesmo, se apresentam como que facetadas. Já procurei manicure que me feriu ao cortar as películas onde elas iniciam e que, afinal, são defesas do organismo. Portanto, decidi eu mesmo cuidar delas embora facetando-as.

Vejo também a dourada aliança contendo detalhe em ouro branco , joia de valor significativo pelo fato de corresponder a nossas bodas de ouro, evento festivo comemorado em excursão turística a Israel, conforme promessa dela, programação levada a efeito já há algum tempo, no ano de 2012 (casamo-nos em 1962).

Achei surpreendente como os habitantes daquele país se adaptam àquela natureza desafiante valendo-se de recursos técnicos, inteligentes, ao levarem, por exemplo, água para residências localizadas em colinas arenosas. Também, admirei-me com as longas estradas asfaltadas a riscarem deserto afora fazendo lembrar negras fitas isolantes em superfícies brancas, se me for permitida tal comparação.

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Voltando a falar de minha mão, noto-lhe na palma branca traços que lembram as estradas daquelas regiões desérticas, traços esses que chegam a formar, em minha imaginação, espécie de letra “M“ de Marly, nome de minha nobre esposa que me acompanha nesses anos todos.

JFCampos Ribeiro – fevereiro/2022

(ARTIGO, J CAMPOS, BLZ)

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