Matéria publicada dia 1 de dezembro de 2021.
A informação foi repassada pela farmacêutica Karen Alves Rabello, durante o Blog ao Vivo de hoje (1º de dezembro, dia Mundial de Combate à Aids).


A rede municipal de saúde de Varginha atende cerca de 600 pacientes de cinco cidades: Elói Mendes, Carmo da Cachoeira, Monsenhor Paulo, Cambuquira, além de Varginha.
Desses pacientes, pouco mais de 300 estão na faixa etária entre 15 e 24 anos, final da adolescência e entrada na vida adulta.
O aumento de casos nessa faixa etária não é novidade. Começou a surgir em 2000.
E estabilizou de vez.
Por que?
Por que essa incidência tão grande da doença, em tempos de informação para todo lado?
Emburrecimento causado pelo celular?
Linguagem inadequada dos órgãos de saúde com a população?
Banalização da doença?
Achar que não vai acontecer com ele?
Pensar que, se acontecer, hoje existem coquetéis milagrosos que vão curá-lo.
Não é bem assim.
Mudança radical de vida


O ativista Gustavo Tavares, de Varginha, mudou radicalmente a vida após contrair a doença.
Não bebe, segue uma dieta extremamente rigorosa, pratica exercícios diariamente.
Pra se ter ideia, não concedeu entrevista hoje (1/12) às 8h30 para o Blog ao Vivo porque é o horário sagrado da natação diária.
Mas não bastam esses cuidados diários (inclusive TODO sábado e domingo, meu caro jovem leitor).
Ele toma uma quantidade gigantesca de remédios contra a Aids.
Muitos causam efeitos colaterais, como enjoo e vômito.
Cara pálida, a Aids ainda não tem cura.
Veja também:
Idosos em Varginha
A segunda faixa etária que mais chama atenção na cidade é a dos idosos.
Não em quantidade de casos no geral, mas porque era uma faixa que não aparecia nos estudos.
“A expectativa de vida no Brasil é de 78 anos, mas temos idosos que vivem muito mais. Com qualidade de vida. E ter uma vida sexual ativa faz parte hoje desse contexto, o que não ocorria com tanta frequência até há alguns anos”, conta a farmacêutica Karen, há 17 anos à frente do Serviço de Atendimento Especializado do Município.
Ela diz ainda que a abordagem ao idoso é muito diferente do que nas outras faixas etárias -tanto em relação à comunicação, quanto ao tratamento.
“Algo que não fazia parte da estatística, começou a aparecer”.
Adultos
A outra faixa etária que merece atenção é entre 25 e 45 anos de idade. “Também tem um número grande”.
Por sinal, era a faixa mais atingida, século passado.
O tratamento em Varginha


Ocorre na Policlínica Central, onde fica o Serviço de Atendimento Especializado.
A equipe fornece medicamentos e faz a testagem especializada.
Mas Karen alerta: esse número de 600 pacientes pode ser até 4 vezes maior.
“Às vezes a pessoa nem sabe que contraiu o vírus da Aids, ou fez em uma farmácia e não informou o sistema público de saúde”.
Quando um laboratório detecta um caso de Aids, é obrigado por lei a contatar o sistema público de saúde local.
Como saber
A forma mais segura de evitar a transmissão é usar preservativo em relações sexuais.
Se isso não ocorrer, a pessoa deve observar alguns sintomas após três semanas para detectar uma possível infecção.
O primeiro sintoma é de uma forte gripe.
Cansaço, coriza, tosse, falta de apetite, febre.
Na dúvida, em Varginha, vá até a Policlínica Central.
Amor e Vida


Gustavo Tavares criou há quase 10 anos a ONG Amor e Vida.
No período, apoiou centenas de pessoas com Aids, principalmente carentes.
O apoio se dá pelo atendimento psicológico, fornecimento de medicamentos, cestas básicas.
Distribuição de preservativos e conhecimento.
Todos os atendimentos são feitos de graça, por profissionais da saúde de Varginha.
A doença
O 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids, na sigla em inglês) é uma doença infectocontagiosa sem cura, causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo contra doenças. Sem essa proteção, as pessoas ficam mais predispostas a contrair infecções oportunistas, como tuberculose e meningite.
Cerca de 690 mil pessoas morrem por ano devido a complicações do vírus
Principais formas de contaminação:


- Sexo vaginal sem camisinha;
- Sexo anal sem camisinha;
- Sexo oral sem camisinha (baixo risco);
- Uso de seringa compartilhada;
- Transfusão de sangue contaminado;
- De mãe infectada para seu filho durante a gravidez, ou durante a amamentação e parto;