Fotos mostram como foi Romaria dos Amigos da Fé de Varginha a Aparecida

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Alguns hábitos e comportamentos nunca poderiam ser discutidas. A fé é um deles. Seja evangélico, católico, budista, muçulmano, hinduísta ou candomblecista (me desculpe, Fanny, mas esse precisei pesquisar).

A pessoa tem o direito de proferir a fé que acredita.

E é isso que faz belo o acreditar das religiões.

Nesta quinta-feira 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, vamos contar um pouco como foi a 6ª Romaria Amigos de Fé, que percorreu, a pé, 450 quilômetros entre Varginha e Aparecida. Naquela cidade fica o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário no mundo dedicado a Maria, no Vale do Paraíba.

Conversei várias vezes com o romeiro Henrique Lemes. Ele mesmo devoto de Nossa Senhora desde sempre. Mas, agora, com um motivo especial: ele atribui à Santa o positivo processo de cura de um câncer.

O leitor vai ver que nem toda foto está “instagramável”. É que, quando foram tiradas, os peregrinos estavam preocupados com o sentir, não com o registrar.

Tem 70 fotos, mostrando todas as etapas da viagem. A romaria foi feita com muita fé. Esta matéria, com muito carinho e respeito. É assim que esperamos que os leitores se sintam. Abraçados pela fé, inspirados para a própria fé.

Boa leitura. Para todos, independente de religião.


O começo

Quinta-feira, 21/9. Os 28 romeiros e seus familiares param para jantar no Restaurante Arca de Noé, de propriedade do Luiz. Ele também é romeiro, mas foi impedido de participar da peregrinação este ano devido a uma cirurgia. O restaurante fica depois da antiga Polo Films.

 

 

Barriga cheia, pé na estrada. Atravessa o rio na balsa. De madrugada.

Os romeiros andaram a noite toda, até chegar por volta de 6h em Cambuquira, onde dormiram em um pesqueiro. É um dos dias mais puxados, cerca de 60 km.

Por sinal, os pontos de parada foram cedidos pela igreja ou alugados pela romaria. Em Olímpio Noronha e Cristina, a prefeitura cede o ginásio para os romeiros dormirem.

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Quando chegam, a rotina é mais ou menos a mesma. Rezar e agradecer por chegar “inteiro” (às vezes com uma bolha no pé), descansar. Banho, almoço, oração. Às vezes uma cervejinha para relaxar. Muitos começam a dormir pouco depois das 18h.

De madrugada, pouco depois da meia-noite, começa tudo de novo. O pessoal da cozinha já preparou café, leite quente, pão com linguiça ou ovo frito, depende do freguês.

Partiu estrada.

Quando o corpo começa a sentir o cansaço, eles aparecem. São os romeiros de apoio, que ficam em pontos estratégicos. Distribuem água, café, pão com ovo frito na hora.

 

 

Abastecida a máquina, hora de retomar a caminhada. Até o sol raiar.

No caminho, paisagens que a gente não está acostumado. Uma horta gigante de couve-flor, um riachinho no meio do vale, casinhas de madeira, igrejinhas e pontos de adoração à Nossa Senhora.

E montanhas. Muitas montanhas, ainda é Minas Gerais.

 

 

O dia que os romeiros terminaram mais tarde foi por volta do meio-dia. Ou seja, têm um intervalo bom de seis horas para rezar e relaxar o corpo, antes de dormir e começar de novo.

Ao todo foram nove dias de caminhada. Uma romaria mais tranquila do que outras, que chegam a completar o trajeto em 5, 6 dias.

Os romeiros Amigos da Fé dormiram em Cambuquira, Olímpio Noronha, Cristina, Barra (distrito de Delfim Moreira), Delfim Moreira, Piquete (já em São Paulo) e Guaratinguetá.

Chegaram em Aparecida às 5h do dia 29/10. É talvez o momento mais bonito da peregrinação. Quando chegam na cidade, aguardam todos se reunirem e partem, em procissão, até o Santuário.

A chegada é marcada pelo choro. É marmanjo tentando segurar as lágrimas. Em vão. A hora que veem filhos, esposa e parentes, todos se emocionam.

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Eles participaram da missa das 7h, transmitida ao vivo pela TV Aparecida.

Almoço, descanso. Retorno às 14h, em ônibus fretado.

Organização

É uma história à parte. Das 28 pessoas que participam da romaria, 7 são do apoio. Dois na cozinha: João Batista “Minhoca” e Valter. No apoio: Tiaozão (da GBrito), Sargento Lasmar, Moisés, Chiquinho, Carlão, senhor Dário, motorista do caminhão Jairo. São eles que servem bebidas e lanches em pontos estratégicos.

A Romaria levou grande parte dos mantimentos e recebeu alimentos em doação. Quando precisavam de alguma coisa, o pessoal do apoio comprava na cidade onde estavam. A resposta foi unânime: os romeiros aprovaram totalmente a organização.

 

Homenagem

 

 

Em todos os lugares por onde passaram, os romeiros levaram a camisa com a foto do amigo Régis Meneguele, falecido dias antes da romaria. Quando almoçavam ou tomavam uma cervejinha, colocavam a camisa dele perto, como forma de lembrar do amigo. Era um romeiro tradicional, participava de outras romarias também. Inclusive entraram no Santuário levando a camisa dele.

Rango

 

Para variar a comida é farta, pra dar sustança aos peregrinos. Sempre tem uma salada com alface, tomate no ponto, bem temperada com vinagre. No cardápio, arroz soltinho, mandioca cozida, feijão tropeiro, galinhada, suan de porco no arroz. E, à tarde, teve até churrasco pra garantir a proteína do dia. O piloto da cozinha é o João Batista “Minhoca”, quem diria, se mostrou um verdadeiro chef de cozinha.

 

Caminhada continua

Aos romeiros, parabéns pela fé. Os óculos que ficaram no meio da lama na serra são testemunhas do esforço, que muitas vezes chega no limite.

A romaria não terminou. Ela continua no trabalho, no trato com a família, testando nossa paciência todo santo dia.

No final, o importante não é chegar até o fim. Mas continuar andando.

 

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