“Orquídea é cultura?”, perguntei ao Lúcio Félix, moço que tomava conta do estande onde havia dezenas de flores, na plataforma de embarque da antiga estação ferroviária de Varginha.
“É, sim. A gente troca experiências de cultivo, o tipo de terra que usa, conta causos”.
O Lúcio tá certo. Cultura é tudo aquilo que envolve troca de vivência, conhecimento.


E é o que o visitante vai encontrar no Projeto Estação Cultura, na sede da Fundação Cultural.
Vários autores de livros estão ali para vender seu livro. Mas, principalmente, para conhecer o leitor, para falar sobre sua obra, contar sua história.
Como a Gisele Toledo. Ela é de Itamonte e me contou várias histórias interessantes sobre a cultura regional.


A começar pelo livro dela, que se passa em uma cidade onde há várias fazendas de café. Parece que ela escreveu pensando em Varginha.
A prosa foi até o trem. Falei que meu avô Braz, quando se casou, saiu em Lua de Mel com avó Elza. Viajaram de trem. Quando encontravam uma cidade bonita, paravam, pernoitavam em uma pensão e continuavam a viagem, um ou dois dias depois.
Quando o dinheiro acabou, voltaram para Varginha. De trem.
Gisele comentou que tem a impressão de que há mais cultura nas cidades com estação ferroviária. “Surgem mais histórias. Uma pessoa famosa foi até aquela cidade de trem. E aí as pessoas contam sobre a tal pessoa, o que aconteceu na cidade”.
Fotos da galeria: Marcus Madeira/Blog do Madeira
Mas se o seu negócio for artesanato, fique tranquilo. Ali tem umas dez artesãs, todas associadas ao Sistema Municipal de Cultura. Pano de prato é água. Tem ainda caixinhas enfeitadas, oratórios, santos, de tudo um pouco. Preços a partir de dez reais.


E tem ainda o Ender, desenhista que faz caricaturas de crianças e adultos.
Programação


O Estação Cultura começa às 14h. Termina amanhã, sexta.
A partir das 19h, tem música ao vivo. Na noite dessa quarta, deu pra matar a saudade da Quinta da Boa Música.
Lembrando: todo mundo de máscara, álcool gel, distanciamento. O máximo de pessoas é de 300. Na QBM, dá mais de 1.000 facinho, facinho…

