Com Bolsonaro, todas as apostas foram perdidas!

Sim, o saldo do governo Bolsonaro é negativo se aferido por quase todos os parâmetros socioeconômicos e culturais, nacionais e internacionais. Da economia à saúde, da educação à cultura, da infraestrutura produtiva à qualidade de vida, do respeito à diversidade humana à relação diplomática e mercantil com outros países.

Fato!

Eu e o leitor podemos ter opiniões diferentes à vontade. O choro e as risadas são livres, mas o fato objetivo, fato desenhado pelos indicadores é este: saldo negativo de um governo sem projeto. Pior, sem rumo. Pior, desgovernado.

Estão sendo três anos de um governo lamentável do ponto de vista da promoção humana, instável do ponto de vista do regime democrático, retroativo do ponto de vista econômico, demagógico do ponto de vista político, desonesto do pondo de vista ideológico e falso do ponto de vista comunicativo. Enfim, uma tragédia só não ainda mais grave, pois o golpe político autoritário não se instalou.

Um governo de balbúrdias, idas e vindas em ações duvidosas, bélico em alguns momentos, nada propositivo, caótico em vários momentos, o que se revelou, no cômputo geral, não ter nenhum projeto para o país! E quando digo país, podemos fatiá-lo que também não vamos saber quais são ou eram os projetos para cada setor: setor produtivo (industrial, agropecuários); setor público; social; relações internacionais.

Não tinha projeto durante as eleições e desperdiçou a chance de construí-lo em seu primeiro ano de governo e continua no início de sua reta final com bravatas, palavras sem lastro. O anunciado super Ministro Paulo Guedes, o que sabia tudo de economia, segundo seu chefe, resta acusado, pelos analistas econômicos, viver em um mundo paralelo, ficcional. Nossa economia está à deriva.

O que podemos aprender com esta experiência desastrosa? Aprender a votar segundo o ideal de nação que desejamos. Temos um?

Deixemos de “fulanizar” a política e seus políticos. Cobremos e analisemos os programas de governo, sejamos participativos e não apenas eleitores passivos e “reclamões” sem conhecimento de causa, enfim, sejamos cidadãos ativos.

Nos inspiremos nos exemplos de outros países, como a Alemanha e Chile, que recentemente elegeram seus presidentes por razões programáticas, não por que eram de Esquerda ou de Direita, mas por que suas pautas (reforma da previdência, meio ambiente, por exemplo) eram propostas de forma clara e aprovadas ou não pelos eleitores. Se elegeram aqueles que suas propostas foram aprovadas pela maioria e não porque eram “comunistas”, “fascistas”, preconceitos que “superficializam” o debate e não ajudam na compreensão do processo político eleitoral.

Chega de aventuras, chega de votos por impulso, chega de escolher o menos pior, chega de votar em qualquer um já que rejeito o candidato x.

O Desgoverno Bolsonaro acabou antes de ter iniciado, pois nunca teve um propósito para governar. Acabou por não ter mais tempo de ser viabilizar. Acabou por não ter mais apoio político, acabou por não ter mais apoio popular. Acabou por não ter mais legitimidade.

Com Bolsonaro, todas as apostas foram perdidas, exceto para a pequena minoria que quase nunca perde, aqueles ancorados no capital financeiro.

O saldo negativo é terrível: o Brasil acabou para dezenas de milhões de brasileiros. Precisamos reconstruí-lo e o momento atual é tão importante quanto será o pós Bolsonaro. Mas este momento começa agora na pré-eleição.

Trabalhemos por uma eleição justa, por candidatos que representem propostas de nação. Sejamos os eleitores que desejamos que sejam os políticos e os candidatos em 2022.