O primeiro de abril dos últimos anos já não é o mesmo! Antigamente, havia muita pegadinha nesta data. Pessoas famosas e também as mais simples já caíram como patinhos por gente que ficava o ano todo bolando uma brincadeira com alguém. Aqui não foi diferente. Bolaram uma trama tão bem feita, mas tão bem feita, que um cidadão andou quase vinte quilômetros a pé, para realizar um negócio.
Funcionários de uma loja no centro da cidade, arquitetaram um plano perfeito com mais três empresas, para que chamasse a atenção de Primardino, que é sovina ao extremo, mão de vaca de primeira qualidade. Esse personagem teve que percorrer uns bons quilômetros na sola, para legalizar alguns documentos de um carro zero km. O trajeto foi feito a pé para não gastar com gasolina e ônibus.
Do centro da cidade, ligaram para Primardino, que foi até lá pelas bandas da Vila Mendes. Depois de meia hora mais ou menos, um funcionário da empresa disse que a documentação havia sido levada para o outro lado da cidade, no final da Princesa do Sul. Suado e cansado, Primardino foi bem recebido por outro membro da brincadeira, que acabou fazendo com que o unha de vaca percorresse mais uns quatro quilômetros até uma torrefação que ficava depois da ponte do Rio Verde.
Sua maior decepção foi ter andado aquela distância toda e ouvir do quarto elemento participante da brincadeira quando ele disse a Primardino que demorou demais, e, daí não encontraria o banco aberto para o pagamento. O chefe passou o serviço a outro escritório.
Tentou carona de volta. Tudo parecia que a cidade e todos estavam combinados com aquela trama. Retornou do mesmo jeito que foi: a pé.
Só uma semana depois é que descobriu a tramóia feita pra ele.
Um doce para quem descobrir o personagem.