Premildino não era diferente da maioria dos homens casados que passava aperto na vida. Principalmente aperto dentro de casa. O homem não tinha uma profissão definida, ganhava a vida fazendo pequenos carretos.
A mulher não gostava nada daquilo, queria que seu marido tivesse uma profissão mais rentável.
Premildino era motorista de uma velha Kombi, com mais de trinta anos de uso. Mas fazer o que? Não tinha dinheiro para comprar uma mais nova e, não tinha experiência com outro tipo de serviço.
Sua especialidade era fazer pequenos carretos para a vizinhança: um fogão ali, uma geladeira aqui, um móvel acolá e, dificilmente uma entrega mais longe do bairro.
Esse era o ganha-pão do homem, pois não tivera sorte de ter uma vida melhor. Mas para ele estava bom. Pelo menos o arroz e feijão não faltavam.
A mulher, não estava nada satisfeita. Queria vida melhor. Certo dia catou tudo que tinha e se mandou.
Levou roupa, aparelho de som 3×1, TV 14 polegadas preta e branca, o cachorrinho “bilu” e o velho papagaio “louro”.
Pra onde ela foi? Ninguém ficou sabendo, muito menos o marido.
Sensibilizada com a ida da mulher, uma viúva de quase 60 anos, vizinha do rapaz, penalizada com o sofrimento, resolveu ajudá-lo. Um veículo mais novo de seu finado marido que estava há muito tempo na garagem foi emprestado a ele. Meio sem jeito aceitou o empréstimo e trabalhou com intensidade.
Certo dia foi à casa lotérica pagar uma conta de luz. Chegando ao balcão notou que um jogo da “Quina” estava preenchido. Não pensou duas vezes registrou os cinco números que estavam marcados. Uma semana depois ficou sabendo que havia acertado a quadra.
Não era muito dinheiro, mas para quem não tinha nada foi uma Bênção. O boato correu no bairro como um rastilho de pólvora. Dava-se a impressão que ele havia acertado o prêmio maior.
O boato não se soube como, chegou até à ex-mulher que não pensou duas vezes pra voltar pra casa.
Achando que o marido havia ficado rico, resolveu voltar para os braços de seu “amado”. Trouxe de volta o cachorrinho e até o estimado papagaio louro que morria de saudades de seu dono estava de volta.
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