Na famosa música “Caviar”, Zeca Pagodinho nos faz uma provocação: “Você sabe o que é caviar?/nunca vi nem comi/ eu só ouço falar”.
Confesso que no alto dos meus 45 anos jamais provei a iguaria. Posso estar deixando de saborear essa maravilha, como posso também um dia provar e não ver graça nenhuma no prato. Enfim, essa dúvida sobre meu gosto ao alimento só será sanada quando eu o provar.
Assim como o Zeca Pagodinho, gostaria de lhe fazer uma provocação: Você conhece, já ouviu música clássica?
A diferença de acesso à essa música em relação ao prato acima descrito é óbvia: enquanto o caviar é super valorizado, podemos ouvir música clássica de uma forma democrática, através de um simples clique no Youtube, por exemplo.
Não entendo o porquê de rotulá-la como inacessível, erudita, de difícil audição se nunca a escutarmos de fato!
Essa encantadora arte nos acompanha desde a infância em desenhos animados (Abertura Guilherme Tell, de Rossini; Grande valsa brilhante, op.18, n.1, de Chopin; Largo al factótum do Barbeiro de Sevilha, de Rossini);
No simples embalar de nenéns (Guten Abend, gut’nacht de Brahms);
Nas cerimônias de casamento (Marcha Nupcial de “Sonhos de uma noite verão”, de Mendelssohn; coral “Jesu bleibet meine freunde”, da cantata 147 de J.S.Bach, Marcha da “Pompa e circunstância” de Elgar);
Em momentos de reflexão e orações (“Panis Angelicus”, de Cesar Franck ou “Adagio” de Albinoni) e mesmo no cinema (“Adagio” de Samuel Barber no filme “Platoon”, “Assim falou Zaratustra” de Richard Strauss em 2001- Uma Odisséia no espaço; Bolero de Ravel em “Retratos da vida”);
Além de clássicos famosos associados a dança em trechos de filmes ou novelas, como o Can Can da obra “Orfeu no inferno”, de Offenbach; “O
lago dos cisnes” e “Valsa das flores” de Tchaikovsky e “Dança Macabra”, de Saint-Saens.
Se a situação perante à música clássica é igual à minha perante ao caviar, não hesite! Permita-se provar esse encantador prato, que é a música clássica!


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