Caro leitor, pretendo em alguns textos, falar sobre alguns grandes gênios da música clássica. A partir de uma visão humanizada, entendermos melhor sua arte.
E começo com os maiores nomes dessa música: Bach, Mozart e Beethoven.
Bach pode ser compreendido como a maturidade, o auge da perfeição, o símbolo de alguém que, com pleno domínio e seriedade, soube manusear as técnicas musicais com uma maestria absolutamente incomparável; enfim, o ponto mais adulto da História da Música.
Mozart, diferentemente, a “eterna criança” representa o que há de melhor na graciosidade, na brincadeira, na leveza, embora também genial. Criança prodígio, fazia música como alguém que “brinca” com sons. Sua música exala pureza. O filósofo Isaiah Berlin definiu muito bem esses dois mestres: “Quando os anjos tocam para Deus, eles tocam Bach; entre si, portanto, tocam Mozart…”
Se Bach representa a maturidade e Mozart a infância, Beethoven é o compositor que melhor representa a humanidade, suas lutas e conquistas. Beethoven, o libertador, o revolucionário, o unificador; o personagem central da história da música.
Sua Nona Sinfonia é um hino à humanidade: ele cria uma música absolutamente genial sobre o poema “Ode à alegria” de Friedrich Schiller, sendo a primeira vez que um compositor contempla a participação de vozes em uma sinfonia. Interessante que, na celebração da queda do muro de Berlim, em 1989, essa música foi regida por Leonard Bernstein, que simbolicamente trocou a palavra alegria (Freude em alemão) por liberdade (Freiheit). Na mesma ocasião, Bernstein reuniu músicos das ex- Alemanhas Ocidental e Oriental, bem como dos EUA, França e União Soviética. Esse é o caráter da obra unificadora desse gênio.
Há uma curiosidade sobre o processo de composição de Mozart e Beethoven: Mozart parece que nasceu “pronto” para a música: desde suas apresentações como menino prodígio, suas composições aos 5 anos de idade, parece que ele simplesmente passava para o papel algo que já existia por dentro, e assim é a caligrafia de suas partituras: lindas, claras, sem rasuras.


Já Beethoven representa a luta, as reflexões, o esforço, enfim as dificuldades para alcançar o que almeja: suas partituras (foto) são rabiscadas, rasuradas. Ambas, geniais.
Uma última curiosidade: a história da música clássica ocidental tem por volta de 1300 anos de registro. A ordem cronológica indica Bach-Mozart-Beethoven.
Para os senhores terem uma noção do período que envolve o riquíssimo acervo desses compositores, uma das primeiras cantatas compostas por Bach, a excelente BWV 106, é datada de 1707.
A acima descrita Nona Sinfonia de Beethoven, uma de suas últimas obras, é de 1824.
Ou seja, apenas cerca de 120 anos abrigam as obras desses três gigantes da História da Música.
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É um alívio ver pessoas que escutam e conhecem música clássica no país das Hilarys tatuadas na perna e com um Enzo no colo ouvindo funk.