Johann Sebastian Bach, um dos maiores nomes da arte ocidental era, ao que levar crer, um homem dotado de um forte gênio, absoluto em suas convicções, figura dura e determinada. Luterano devotado, parece não haver espaço para anedotas na vida dessa figura tão severa. Mas… corria o ano de 1705, quando Bach tinha 20 anos e conseguira seu primeiro emprego como organista, em Arnstadt.
Ele solicitou uma licença de 4 semanas a seus superiores. O motivo seria visitar o grande Dietrich Buxtehude, organista em Lübeck, cidade a cerca de 370 Km de Arnstadt. Concedida a licença, conta a história que Bach se pôs na estrada…a pé!..
Parece que a viagem fez valer cada quilômetro percorrido, pois o que inicialmente seriam 4 semanas se transformaram em 4 meses! Bach certamente aprendeu muito com o mestre, tanto na prática do órgão como na composição. Excetuando o prazo prolongado de estadia, até que a história que não permite qualquer anedota. Mas Buxtehude já estava com 68 anos e, ao que parece, vislumbrou em Bach seu potencial sucessor.
Porém, o costuma da época era que o sucessor se cassasse com a filha do antecessor, ou seja, Bach teria que se casar com a filha de Buxtehude. Só que essa “empreitada” já havia sido negada por dois prováveis sucessores a pouco tempo atrás: Handel e Mattheson. Podemos tirar nossas conclusões sobre os atributos estéticos da garota, uma vez que Bach também recusou a generosa “oferta”! Infelizmente não há qualquer registro iconográfico da filha de Buxtehude.
Por falar em Handel e Mattheson, os dois protagonizaram uma cena bizarra. Dizem que em 1704, durante a apresentação da ópera Cleópatra (escrita pelo próprio Mattheson), na qual os dois atuavam, houve um desentendimento que levou Mattheson a convocar Handel para um duelo. Nesse duelo, Mattheson teria acertado um golpe de espada em Handel.
Porém um botão teria salvado a vida do grande compositor (uma outra versão atribui uma partitura no bolso de Handel como a salvadora da vida do compositor do oratório Messias). Depois do incidente eles se reconciliaram, pois eram grandes amigos.
Outro acidente curioso, envolvendo também um compositor do período barroco, é sobre Lully. Jean-Baptiste Lully, nasceu Giovanni Battista Lulli, na Itália. Por que é importante eu mencionar isso? Porque existiam duas grandes escolas, dois grandes estilos de composição no período barroco, cada qual com suas particularidades: o italiano e o francês.
E o maior nome do barroco francês foi exatamente Lully, italiano de nascimento!!
Mas o que mais chama a atenção sobre esse compositor é o motivo pelo qual veio a falecer: estava a conduzir a apresentação de um Te Deum, em homenagem a uma recuperação de saúde do Rei Luís XIV.
Ele fazia uso de bastão, batendo-o no chão marcando os tempos, como se fosse o antecessor de um maestro. Porém, em determinado momento, o bastão bateu no seu pé.
O local infeccionou e ele veio a falecer de gangrena meses depois do ocorrido.
***As opiniões e conceitos emitidos nos textos assinados por nossos colunistas; bem como, a exatidão e procedência das citações e informações expostas são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. Portanto, não refletem necessariamente a posição e/ou opinião da Argumento Jornalismo, proprietária do Blog do Madeira e Folha de Varginha; e de seu Conselho de Leitores.
Quer publicar seu artigo no Blog do Madeira? Fale com a gente pelo e-mail [email protected] ou se preferir, chama a gente no Whatsapp (35) 98859-6919.