Ao ler este artigo, muitos pensarão que a jornalista está com os neurônios um tanto quanto frouxos. Mas, pelo que leio, pesquiso e sinto, vivemos o fim de um ciclo sócio-político-cultural, econômico e planetário. Vemos isso no dia a dia, debaixo de nossos olhos e sentimos na pele.
Não bastassem a poluição, mudanças climáticas bruscas e devastadoras, epidemias de diversas doenças, pandemia da Covid 19, mais de 13 milhões de desempregados, presenciamos algo ainda pior: a intolerância, o ódio entre pessoas de raças, credos e ideologias diferentes. Para não alongarmos demais, assistimos em várias modalidades do atletismo atitudes racistas, jogadores chamando adversários de macacos, a plateia enfurecida entrando no coro.
Exemplo foi o caso do garoto de 11 anos, Luiz Eduardo Bertoldo Santiago, que em um jogo no interior de Goiás, chorou ao relatar que o técnico do time adversário lhe desferira injúrias raciais, tipo “marca o preto aí, ó”. O menino, a posteriori, recebeu solidariedade de vários times de renome nacional e ofertas de testes.
Caso mais recente é o do deputado pelo PSL-RJ, Daniel Silveira, que atacou e ameaçou ministros do STF, além de ofender policiais que lhe pediram para usar máscara em depoimento. A ficha dele é longa, envolvido em inquérito de fraude de documentos, como atestados de saúde falsos, uso indevido do dinheiro público, punições quando pertencia à PM; além de, durante sua campanha, aparecer segurando a placa quebrada em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio com o motorista, Anderson Gomes! E, infelizmente, está livre. Lastimável.
Sem contar os exemplos de agressão do presidente à imprensa e adversários políticos. Céus, onde iremos parar? Quantos amigos e parentes se digladiando, via encontros ou redes sociais por serem contra ou a favor do atual governo, numa polarização jamais vista, marcada pela intolerância, “achismos” e proliferação de fake news, produzidas pelo chamado gabinete do ódio!
Tal estratégia eleitoral para 2022, instalada desde a posse do inominável, arrasta as forças de centro e da esquerda numa armadilha de discutir nomes, e não projetos para reverter a situação de calamidade em que se encontra nosso Brasil! As mais de 620 mil mortes são o retrato mais fiel e arrasador que assola nossas mentes todo dia!
Enquanto eles, ilhados da crise, no topo do poder, se locupletam às nossas expensas, ficamos discutindo e criando beligerância com gente de nosso convívio. Perdemos amigos e afetos.
Nada justifica estes confrontos com tamanha raiva. Faltam discernimento, leitura, educação e, acima de tudo, consciência de que somos uma sociedade plural e democrática. Podemos e devemos divergir, pois isso leva ao conhecimento e à variedade de informações. Porém, alimentar o ódio e partir para o ataque tipifica violência e intolerância. Pior: a violência e intolerância são incentivadas cotidianamente pelo Planalto e o séquito de apoiadores que, projetaram no mito, a violência que permeia suas mentes.
O excesso de individualismo, egoísmo, ganância, fanatismo, ocupação exagerada com celulares e computadores estão nos fazendo perder o senso do social e do diálogo. Vivemos sob a égide da intolerância. Somos humanos, com capacidade intelectual e sensibilidade suficientes para sabermos conviver e respeitar as diferenças, bem como nos tratarmos como irmãos. Paz, solidariedade e bem a todos nós.
Tomara que neste ano, possamos exercer nossa tolerância e complacência com aqueles em nosso entorno, amigos e parentes de nossa estima ,independente das diferenças ideológicas e partidárias. Aliás, não há muito opção a vislumbrar no horizonte político. Enquanto isso, convivemos com a barbárie do desgoverno, mortes, ignorância e a miséria que se acentuam no país. Sempre a mesma ilação: triste Brasil!
***As opiniões e conceitos emitidos nos textos assinados por nossos colunistas; bem como, a exatidão e procedência das citações e informações expostas são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. Portanto, não refletem necessariamente a posição e/ou opinião da Argumento Jornalismo, proprietária do Blog do Madeira e Folha de Varginha; e de seu Conselho de Leitores.
Quer publicar seu artigo no Blog do Madeira? Fale com a gente pelo e-mail [email protected] ou se preferir, chama a gente no Whatsapp (35) 98859-6919.