Cafeicultores do Sul de Minas estão preocupados com a safra de 2022, de acordo com um levantamento da Emater-MG. Apesar das plantas terem um maior potencial produtivo neste ano, as expectativas não são boas.
A Emater-MG, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, é a maior empresa pública do setor no Brasil.
Segundo a empresa, as condições climáticas adversas do ano passado, com períodos prolongados de seca e calor na época das floradas pesaram. E isso com cafezais já prejudicados pelas geadas do último inverno.
Segundo o gerente da Emater-MG
O gerente regional da Emater-MG em Guaxupé, Willem de Araújo, explica que as esperanças de uma boa safra neste ano se contrariaram ainda em dezembro.
“Infelizmente, houve um baixo vingamento dos frutos e se restringiu em algumas regiões a uma única florada. Isso foi devido a algumas questões climáticas que enfrentamos aqui no Sul de Minas, como a geada, em julho e agosto, e o longo período de estiagem, que em alguns municípios foi superior a 100 dias. Embora o cafeeiro precise de um pouco de estresse hídrico, no último ano esse fenômeno foi muito acima do esperado, o que acarretou esse baixo pegamento”.
Ele informou ainda que os ramos e as rosetas, onde se inserem os grãos, estão com metade do esperado para esse período do ano. Isso terá impacto negativo no volume da próxima safra. Willem diz que possivelmente a colheita ficará no máximo no mesmo nível de 2021, que foi um ano de baixa produção.
De acordo com o gerente, a escassez de fertilizantes em novembro e dezembro é outra preocupação quanto ao desempenho da cafeicultura em MG, em 2022. “Muitos começaram a realizar a primeira adubação do ciclo no final de dezembro, e o café necessita no mínimo três a quatro adubações, durante o período de formação dos frutos até a colheita”, relatou.