Usado em uma variedade de produtos domésticos, o triclosan, um agente bacteriostático, é utilizado como conservante em cosméticos e também como antisséptico.
Um estudo de 2014 indica que o triclosan tem relação a danos causados ao fígado, como trombose hepática e até mesmo câncer. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences e realizado pela Universidade da Califórnia. Antes desse estudo, outro feito em 2012, publicado na mesma revista, sugeria que o agente também pode comprometer a função muscular.
O agente está presente em uma variedade de medicamentos, sabonetes (tanto o líquido quanto o em barra), loções, esfoliantes, cremes, desodorantes e até pastas de dente. A maioria dos sabonetes antibactericidas usa o triclosan.
A substância é proibida nos EUA e na Europa. Aqui no Brasil, porém, a Anvisa permite uma concentração de até 0,3% do agente em produtos de higiene pessoal.
De acordo com uma pesquisa publicada em junho de 2019, o triclosan também tem relação com casos de osteoporose em mulheres. A pesquisa foi publicada no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Porém, de acordo com o médico do ortopedista do Hospital Vita Jonas Lenzi, a pesquisa apresenta inconsistências, e é necessário a elaboração de estudos mais específicos que liguem o Triclosan à osteoporose.
Nos Estados Unidos, o triclosan é regulada pela EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) em sua utilização como pesticida.
Estudos também alertam que o uso excessivo de agentes bactericidas e antibióticos, como o triclosan, podem ajudar no surgimento de super bactérias.
Por não ser biodegradável e ter um grande impacto sobre micro-organismos aquáticos, o agente consta nas listas de substâncias perigosas ou de risco da União Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre outras organizações internacionais.
Em julho de 2008, a Natura baniu de seus produtos o triclosan e outros componentes controversos, como ftalatos e parabenos. O componente foi substituído por novos ativos conservantes.
Uma análise feita em 2007 pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan indicou que sabonetes simples são tão eficazes quanto sabonetes antibacterianos na prevenção de doenças e na remoção de bactérias.
Antibióticos não orgânicos e biocidas orgânicos são alternativas eficazes ao triclosan, como íons de prata e cobre e nanopartículas.
O triclosan foi encontrado aqui mesmo na redação do Blog do Madeira em um frasco de sabonete líquido da marca Pierre Alexander (imagem acima).
Próxima vez que for às compras, fique atento! Leia os rótulos.
Fontes: Gazeta do Povo, BBC, eCycle.
